Inaugurado em 2017, o CineBela é parte da programação regular do Galpão Bela Maré, espaço cultural do Observatório de Favelas, localizado em Nova Holanda, uma das 16 favelas do Conjunto de Favelas da Maré. Em formato de cineclube, o CineBela busca democratizar o acesso ao cinema. Assim, após a exibição dos filmes são realizadas rodas de conversas como estratégia pedagógica para interação entre espectadores e as diferentes narrativas cinematográficas. A partir da reabertura do CineBela, abrimos as portas para articular parcerias com instituições, cineastas, produtores e entre outras articulações que perpassam o audiovisual e seu potencial educativo. Em Junho, recebemos a Mostra Trajetos realizada pelos alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro, esta sessão é constituída por filmes dos universitários que se deslocam dos mais diversos lugares do estado e do país para chegar à universidade, muitas vezes passando horas no transporte público. Todos os filmes foram realizados por estudantes do segundo período de Comunicação Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro, mostrando não só a diversidade do corpo discente, mas o quanto cada estudante tem a ensinar sobre a cidade em que vivemos. Pela via da paródia ou do diálogo crítico, os filmes-trajeto formam seus próprios discursos em diálogos inusitados com momentos marcantes da história do cinema mundial estudados no curso. Após a sessão, realizadores vão propor um bate papo com o público presente dialogando sobre as principais motivações para criações dos títulos.
Sinopses:
Neorrealismo Caxiense – Wellington Santos (7:04 min)
Com música e papo solto, o filme-trajeto vai de Caxias a Botafogo, mostrando a distância com leveza e certa acidez.
Trânsito – Vitória Rodrigues (3:37 min)
O filme-trajeto se passa entre barricadas, mostrando o que se pode e refletindo sobre o que não se pode mostrar. É também uma reflexão sobre o que os professores conseguem (ou não) ouvir.
A (não) liberdade de ir e vir – Luana Bueno (5:43 min)
Filme-trajeto que mostra o caminho de ida (ou não) e volta do caminho de sua casa, localizada no bairro da Maré, na Zona Norte, à faculdade, no bairro da Urca, na Zona Sul. O filme investiga a distinção visual entre as diferentes zonas do Rio de Janeiro enquanto traz uma reflexão sobre a impossibilidade de sair de casa nos dias de operação policial.
Construtivismo Duro – Jean Henrique (7:51)
Entre Caxias e Botafogo, o filme-trajeto se faz como uma oração, atento aos milagres do caminho, mas também apontando a câmera para quem aponta a arma contra a periferia.
Meu curto caminho solitário do estágio até a faculdade – Fred Marcondes (5:27)
Brincando com as possibilidades de invenção do cinema, o filme-trajeto transforma o curto percurso que se passa de bicicleta no bairro de Botafogo em uma grande aventura.